Dia 6 de Julho de 2009

Como previsto tivemos de nos deslocar a chaves para que a minha mãe pudesse ter a tardia consulta com o ortopedista. Há muito tempo que não ia a um hospital mas a minha experiencia nestas instituições não é pequena (estive eu próprio internado quando era pequeno e a minha irmã também, logo à nascença. E o problema dela, esse foi tão grave que poderia criar outro blog só para a contar, mas não vem ao caso agora). Estar hoje no hospital de chaves serviu para duas coisas: para relembrar como é o ambiente destes locais e para me preparar para estar envolvido nele muitas vezes nos próximos tempos. As longas esperas, a constante música de fundo criada pelas sirenes, os gemidos de dor que se ouvem não poucas vezes, o corrupio de médicos e enfermeiras… e o hospital de chaves é relativamente pequeno. Imagino como será tudo isto no IPO do porto.
A minha mãe foi atendida e o médico telefonou para Vila Real para que lhe marcassem a ressonância magnética com urgência (felizmente parece que toda a gente percebeu a gravidade da situação e está a promover os processos rapidamente). As Análises que fez na semana passada não apresentam anomalias pelo que o problema do ombro continua uma incógnita.
Enquanto a minha mãe esteve em consulta passei pela escola de condução para assinar alguns papéis e encontrei um amigo meu que não via desde o término das aulas. Conversamos um pouco sobre as coisas banais. Por momentos pensei contar-lhe o que se estava a passar com a minha mãe… como eu estava. Não o fiz. Quase por altruísmo pois não queria ver a sua cara de chocado e receber os pêsames que todos sentem obrigação de dar neste momento. Ele foi embora e eu fiquei com as coisas para mim. Não tenho o direito de perturbar os outros com os meus problemas.
Passamos ainda no centro de saúde de Boticas para receber os papéis que nos darão permissão para entrar no IPO e onde de encontram as informações sobre tudo o que é necessário levar, horários etc. Falei com a minha mãe e disse-lhe que não é nada bom que só tenha consulta dia 15 e ela provou-me que pensa exactamente como eu: por um lado faltar tanto tempo parece-lhe mau, uma semana pode ser sinónimo de muitas complicações; por outro lado sabe bem saber que ainda tem uma semana longe dos problemas que terá no hospital, longe das más notícias, do sofrimento, do momento em que tudo irá mudar definitivamente… e só deus sabe como estes dias passados com ela têm sido agradáveis, quase normais nos breves momentos em que entre uma gargalhada e uma brincadeira consigo esquecer o problema que rapidamente regressa, mas tenebroso que antes a ocupar a minha mente.
O meu amigo lembrou-me que amanhã saem os resultados dos exames nacionais. Já nem me lembrava disso. Parece que foi há tanto tempo que o fiz. Veremos como me saí.