domingo, 12 de julho de 2009

Dia 12 de Julho de 2009

Diz a velha sabedoria popular “Longe da vista, longe do coração”. Os saberes ancestrais têm muito fundamento, mas como qualquer tipo de conhecimento, é falível, e esta máxima mostrou-se extremamente falsa ao longo do dia de hoje.

Como estava previsto, fui com o meu tio buscar os primeiros membros da minha família a chaves, vindos de França, isto é, a minha tia viúva e as minhas primas. É quase uma tradição familiar anual, todos os anos vamos buscá-las e ao longo de todo o verão somos quase inseparáveis entre brincadeiras, viagens, turismo entre outras actividades de lazer que se mostravam agradáveis a cada verão que passava. Este ano vai ser diferente. E percebi isso mesmo no dia de hoje. Depois de as termos recolhido em chaves e sendo necessário fazer algumas compras de início de férias, ficou decidido que passaríamos o dia em chaves onde passearíamos um pouco. O grande problema foi ter-me que pouco desfrutei do dia de passeio por causa de um triste sentimento que se apoderou de mim de forma pesada: um sentimento de distância, de afastamento forçado da minha mãe.

Como é visível, sempre fui muito chegado à minha mãe mas posso afirmar que nos últimos dias, desde que se iniciou todo este problema, a nossa união tem crescido a olhos vistos. Praticamente nunca nos afastamos, estivemos sempre nos mesmos locais, e hoje foi precisamente o primeiro dia em que sai de casa de manhã sem a ver e só regressei à noite, quase desesperado por vê-la. Não seu explicar muito bem este sentimento. É um sensação de insegurança constante, como se o facto de ela estar longe de mim signifique perigo, ou talvez seja simplesmente o meu inconsciente a expressar a vontade de aproveitar cada momento com ela como se tudo o resto fosse desperdício. Claro está que não aproveitei o passeio. Quando cheguei a casa estava tudo bem, como é óbvio. Soube-me perguntar-lhe pelo seu dia, como se sentira mesmo sabendo que ela está relativamente bem independentemente da minha presença.

Percebi que o meu verão será assim, um constante medo, uma contínua sensação de insegurança, uma vontade doentia de estar com ela… e sinceramente não me importo de desperdiçar todos estes dias que se aproximam perto da minha mãe. A sua simples companhia tem-se revelado a melhor das distracções e que mais pode querer um filho que encontrar a diversão que o espírito jovem necessita perto da sua mãe?

8 comentários:

  1. Rui, posso discordar de ti? Acho que a tua mãe, apesar de, com certeza, apreciar a tua companhia e o teu apoio, quererá que faças a tua vida o mais normal possível. E podes fazê-lo sem a deixar só ou sem apoio. A prova foi esse dia em que estiveste longe e tudo correu bem. Tenta vencer esse medo e essa urgência da super protecção. Não será bom para ti, nem para ela.

    Uma excelente relação com a tua mãe é um dos maiores tesouros que ela tem. E ver o seu filho a viver a vida integralmente e, em simultâneo, a estar ao seu lado, também é outro tesouro e que a deixa mais descansada. E despreocupada. Pelo menos, despreocupada contigo. Receio que tanta protecção a faça ficar receosa por ti e pelo que isso faz aos teus projectos. O equilíbrio é a chave, penso eu.

    Beijinhos

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  2. Rui, concordo com a Nela. Nós mães adoramos ter os nossos filhos ao nossso lado mas gostamos ainda mais de ver que eles já são independentes e que conseguem tomar conta de si. Tens a tua vida, os teus amigos, a universidade cujas inscrições começam hoje, creio eu. A tua mãe vai gostar muito de saber que já trataste de tudo e depois, quando lhe apareceres com a confirmação de ingresso vai ficar ainda mais feliz.
    Tenta, dentro do possível, fazer a tua vida normal para a tua mãe não ficar preocupada contigo e pensar que estás a ficar diferente por causa dela. Há que tentar mesmo o equilíbrio.

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  3. Rui, custa discordar de ti, mas impoõe-se dizer-te que a tua mãe precisa da tua vida normal para se sentir feliz. Vale? mil beijinhos para ti e para ela, claro!

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  4. Olá Rui

    Como já te disse tenho 2 dois filhos de 17 e 19 anos, digamos que pela tua idade e concordo com o que aqui foi dito, deves fazer a tua vida o mais naturalmente possivel, porque se a tua mãe sente que te estás a privar do teu quotidiano por ela, ainda fica pior acredita! São coisas de mãe...Muita força. Bjs

    Emilia

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  5. Rui, tenho muita pena mas assino e subscrevo tudo quanto aqui foi dito!
    Tenta viver a tua vida normalmente, olha que a tua super-protecção talvez não faça assim tão bem à tua mãe, afinal ela tem apenas uma doença que tem que ser tratada, claro que contigo por perto, mas dá-lhe espaço, deixa-a à vontade para poder rir e chorar quando lhe apetecer.
    Beijinhos
    Isabel Alegria

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  6. Queria dizer " concordo e subscrevo"
    Isabel Alegria

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  7. Boa noite Rui
    passei para te dar um beijinho e desejar as melhoras da tua Mãe!

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  8. Olá Rui. Antes de me ir deitar, passo por aqui também como a Lina, só para te dar um beijinho

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