Finalmente o computador foi devolvido. A manutenção durou mais do que estava à espera mas em compensação o computador está como novo… vejamos até quando. O computador é quase como a nossa saúde: só lhe damos o devido valor quando nos falta.
Ora bem, como passei alguns dias sem escrever, vou tentar contar o que se passou.
Comecei a ter as minhas aulas de condução. Tive duas horas na quarta-feira e mais duas na quinta-feira. Correram bastante bem, nem pensava que me ia sair assim. Para a semana terei aulas todos os dias pelo que em duas semanas (espero eu) estarei pronto para ir a exame. O único inconveniente no meio disto tudo é o facto de ter aulas às nove da manhã. A hora em si não é muito problemática, o grande problema é que eu tenho de sair da minha aldeia às seis horas e esperar duas horas antes e duas depois de cada aula para poder regressar a casa. Como já aqui disse que o que mais me custa é acordar cedo, percebe-se que seja um tanto ou quanto desagradável. Mas estou a gostar por isso hei-de conseguir fazer todas as aulas sem problema.
Ontem fomos ao Porto para que a minha mãe realizasse mais uma série de exames. Realizou exames, um electrocardiograma e um exame cujo nome desconheço mas que se realizou na ala da medicina nuclear. Depois do almoço fomos visitar o novo oceanário do porto o “SEA-LIFE”. É um espaço bastante agradável onde se podem conhecer diferentes espécies de peixes. Adorei ver especialmente as Raias, são animais mesmo incríveis. Mas este devaneio deve-se unicamente ao facto de ser um futuro veterinário louco por animais a falar. De qualquer das formas aconselho todos os que puderem a visitar o espaço. Vale a pena e nem é caro.
A minha mãe tem andado bastante bem-disposta. Já quase toda a gente sabe da doença de que padece ( a notícia espalhou-se também ela como um cancro: de forma rápida e eficaz) e tem de ser bombardeada diariamente pelas mesmas perguntas sobre os malefícios, tratamentos e todo o tipo de informações sobre o cancro da mama. E nem nós os filhos escapamos, nem que seja um simples olhar de pena quando passamos ou sussurros mal disfarçados que dizem claramente “coitados: tão novos e já vão perder a mãe”. Abomino estas situações, a curiosidade mórbida e vontade irresistível de chamar coitados a quem tem algum problema. Não precisamos que tenham pena de nós. Precisamos sim que as pessoas apoiem se for necessário mas que não tentem exagerar naquilo que se passa, inventado informações falsas sobre aquilo que se está a passar. E acreditem que no espaço de uma semana já não foi uma nem duas as mentiras que tivemos de desmentir porque alguém decidiu começar a sentenciar desfechos pouco felizes para tudo o que estamos a enfrentar. Entre elas estava a informação de que a minha mãe teria de cortar o braço direito quando ainda nem sequer sabemos o que se passa com o ombro. E fico por aqui neste assunto…
O blog volta finalmente ao activo. Amanhã há uma festa aqui perto. Vou falar com o meu tio para que possamos lá passar. Também me disse que descobriu uma tal Beata Alexandrina, uma senhora que foi beatificada e que tem realizado vários milagres nos últimos anos e pretende visitá-la. Não vou voltar a expor a minha descrença em relação a estes assuntos porque como dizem que fé é metade da cura, vou tentar fazer que também visitemos o local (apesar de não saber onde está o santuário desta sante).
Olá Rui! Que bom estares de volta! Como já te disse anteriormente a tua maturidade manifesta-se precisamente nesta forma que tu tens de perceber os outros e valorizar o que é para valorizar e desvalorizar o que é para desvalorizar. Beijinhos para ti e para a tua mãe.Bom domingo. Hoje tenho cá uma amiga nortenha e há que tratar bem a gente do Norte... lol
ResponderEliminarOlá Rui, bom regresso!
ResponderEliminarjá se tornou um hábito visitar-te, e confesso que nestes dias de ausencia já senti necessidade de saber de vós.
Ainda bem que está tudo a andar para o processo de cura da tua mãe.
Relativamente à beata Alexandrina, eu não sou propriamente sua devota, mas já lá fui com um familiar meu, para conheceres melhor e saberes onde fica deixo-te este endereço:
http://santa-alexandrina.blogsopt.com
Beijinhos e bom fim de semana
Isabel Alegria
Que estupidez inventarem desfechos!!! Essa de cortar o braço então!!! É bastante semelhante às pessoas da minha aldeia (cresci perto de Fátima). Confesso que fico admirada com a capacidade de invenção de algumas pessoas. Poderiam escrever um livro digno de nobel. Como tenho uma postura bastante indiferente a mexericos e exijo respeito, na minha frente não têm sequer coragem de fazer perguntas ou comentários pois sabem bem, como responderia mas fizeram o mesmo tipo de comentários, nas minhas costas. O melhor é não ligar. Acabam por se fartar ao ver as suas teses menosprezadas. Por vezes um abanão fá-las calar por um bom mês eheh
ResponderEliminarTudo a correr bem. Os resultados serão bons. Vamos acreditar. Não sei, talvez esse exame seja a Cintigrafia óssea (faz-se logo no inicio para se saber se há mestásteses ou não). Mas pode ser outro qualquer e o resultado será bom.
Beijinhos e bom fim-de-semana. Boas aulas de condução :0)
Olá Rui!
ResponderEliminarAcompanho o teu blog desde o início, mas ainda não fiz nenhum comentário. A tua história é muito parecida com a minha, só que no meu caso é o meu pai que está doente.
Foi diagnosticado, há quase dois anos e por mero acaso (exames de rotina), um tipo de tumor raro (neuroendócrino, com metástases hepáticas, e que não pode ser retirado na operação.
O primeiro impacto foi bastante doloroso. O meu pai tinha cancro e não o tiraram na operação. A minha mãe ficou completamente de rastos, mas eu acreditei sempre que iriamos vencer esta batalha (claro que também tive momentos de pânico e de choro intenso pela noite fora). O meu pai fez quimio durante um ano e três meses (acabou em Junho). O tumor estabilizou e agora vai fazer uma espécie de manutenção.
O meu pai é uma pessoa muito ansiosa e, em conversa com a médica que o acompanha aqui em Coimbra, achámos melhor não contar tudo ao meu pai. E o meu pai acredita que vai ficar bom. Ele leva esta doença como se fosse outra qualquer doença crónica, que o vai acompanhar para o resto da vida, mas que não lhe vai tirar a vida. Anda feliz e contente, faz uma vida normal de pessoa reformada (tem 62 anos) e ninguém diz que está doente.
Também inventaram muitas histórias sobre a sua saúde, mas eu nunca alimentei essas conversas. Só contámos a verdade às pessoas de família mais chegadas. Àqueles que andam por aí a sussurrar nas nossas costas, não passamos cartão e mostramos que a única forma de lutar contra este bicho é mesmo ignorando que ele vive connosco. Ele acaba por desistir e vai ser vencido pelo cansaço. Ninguém lhe dá conversa!
Bem, que grande testamento! Isto tudo para te dizer que, apesar de ser dez anos mais velha do que tu, sei muito bem aquilo que sentes. Revejo-me em muitos dos teus medos, mas também na tua coragem. A fé, num Deus, nos Santos, na Vida, é a melhor arma contra esta doença.
Qualquer coisa que precises, podes contar comigo.
Um beijo
Lena
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarAinda bem Rui, que estás de volta á nossa mesa do diálogo. É muito bom saber das tuas notícias e que está tudo a correr para o tratamento da cura da Mãezinha, as tuas aulas de código também não vai ser problema para ti e quanto ás atitudes das pessoas... é pena, muita pena... e em relação á á Santinha Alexandrina, a Fé nos salva... cada um tem a sua.
ResponderEliminarRui, uma boa semana para ti e para a Mãezinha e vai dando as tuas notícias como tão bem tu as sabes dar.
Beijinhos
Natty
Olá Rui
ResponderEliminarÉ bom saber noticias vossas. Fico contente com o registo positivo das aulas de condução e com o facto de a tua mãe andar bem disposta...o resto, "é paisagem".
Muitos beijinhos e que tudo continue a correr o melhor possivel é o que vos desejo.
Emilia
Olá....encontrei seu blog atraves de uma amiga...e gostei....es um filho especial...também estou lutando e vencendo.tenho cancro de mama...
ResponderEliminarbeijinhos carinhosos.
O cancro é um estigma!
ResponderEliminarO "coitadinho" [e outros "inhos" e "inhas"] são apanágio português.
Eu optei por falar pouco [escrevo mais do que falo]... estou sempre "bem, obrigado"... e mudo rapidamente de assunto! Nunca confirmo nem desminto: o silêncio [e a boa disposição] é a melhor solução para quem - por ignorância desculpável - não sabe lidar com o cancro que nos afecta! Mantenho assim a minha dignidade.
A tua mãe deve ter feito um PET/TAC [um dos exames mais completos para detectar possíveis tumores]. Guardem cópia de tudo, de todos os exames [relatórios]!!!
Uma evolução favorável é o que sinceramente desejo e acredito!