terça-feira, 8 de setembro de 2009

8 de Setembro de 2009

Regresso a casa… Estou exausto, cansadíssimo… não durmo bem há quase 48 horas e esta noite de sono vai saber-me tão bem….
De facto estes dois dias foram exaustivos e a por todo o IPO para chegar a tempo a todas as consultas marcadas foi uma constante. Começamos mal quando ontem nos aproximamos do porto e uma enorme fila de trânsito nos cortou a passagem. Parece que houve um acidente na auto-estrada e que esta foi cortada. Cerca de uma hora e meia de espera que fez com que chegássemos à Medicina nuclear às dez horas e meia quando a consulta estava marcada para uma hora antes. Felizmente várias pessoas se viram confrontadas com o mesmo acidente e os atrasos foram generalizados, pelo que por volta das onze e meia a minha mãe já tinha realizado o exame ao coração. Seguimos de imediato para a consulta de ortopedia onde o médico explicou à minha mãe aquilo que já sabíamos: o ombro apresenta uma metástase do peito. Apesar disso, o ortopedista achou que uma intervenção cirúrgica não era necessária neste momento pelo que mandou avançar o processo o mais rápido possível. Explicou também que em caso extremo, poderá ser necessário que a minha mãe coloque uma , mas que tal só acontecerá se se registarem complicações demasiado sérias no ombro (numa tentativa cómica de explicar a situação, o médico disse que quando o tumor desaparecer do ombro, o osso assemelhar-se-á a um queijo suíço, cheio de lacunas, e que nesse momento a prioridade será tentar forçar a regeneração óssea). Por fim dirigimo-nos à radioterapia para a primeira consulta e sessão de tratamentos. A médica explicou à minha mãe que a radioterapia ao osso não será muito importante neste momento e que a única função seria diminuir a dor do ombro. Para além disso, o tratamento exporia o osso e o tornaria muito mais frágil, o que associado à diminuição de dor e consequente tentativa de maior mobilidade, iria ser perigoso demais. A minha mãe optou então por realizar a radioterapia mais tarde. Com o primeiro dia de tratamento finalizado, decidimos dar uma volta pela baixa do porto. Quem adorou o passeio foi a minha irmã que longe de imaginar a confusão que nos levou ao Porto, aproveitou cada segundo que passamos na cidade e ainda mais a noite que passamos no hotel.
Hoje de manhã o dia começou com análises ao sangue. De seguida teve uma consulta na clínica da mama onde a médica nos explicou de forma muito personalizada e detalhada a quimioterapia e todas as suas consequências. Deu um pequeno raspanete à minha mãe ao perceber que esta manteve o tumor escondido cerca de um ano (não vale a pena debater este assunto porque ela já percebeu que errou) mas de seguida tentou dar-nos força ao afirmar que o tratamento ia finalmente realizar-se e que era a contagem final para a cura. O problema é a quimioterapia será realizada em dois ciclos diferentes com quatro sessões cada uma. Sendo que cada sessão é realizada com pelo menos três semanas de diferença das anteriores isto significa que só estará pronta para a cirurgia dentro de seis meses (aproximadamente em Fevereiro) o que ainda é algum tempo. Quando chegamos ao hospital de dia onde se realizou a quimioterapia, a enfermeira explicou mais uma vez todos os processos e detalhes da quimioterapia, iniciando a primeira sessão de seguida. Como a minha mãe ainda não tem cateter teve de ser realizada no mãe esquerda e durou cerca de duas horas. Finalmente saímos do hospital com dezenas de medicamentos debaixo do braço e prontos para enfrentar as próximas três semanas que serão as que trarão o primeiro contacto com as consequências da quimioterapia no organismo dela. Teremos de regressar ao hospital já na próxima sexta para realizar um raio x aos pulmões. Sem data definida fica uma ecografia ao abdómen. A colocação do cateter foi remarcada para dia 25 e no dia 29 haverá nova sessão de quimioterapia e consulta na clínica da mama. As coisas começam a andar o que só pode ser bom sinal. Mas os próximos dias assustam-me por não saber ao certo o que vai acontecer. Antes de deitar a minha mãe queixou-se de que se sentia ligeiramente enjoada. Não sei se se trata já do primeiro sintoma ou se será simplesmente o resultado do dia cansativo que tivemos…

9 comentários:

  1. Rui
    boa noite agora é assim: cada caso é um caso!
    Tem Sras. que começam logo a sentir os efeitos da quimio nos primeiros tratamentos outra que foi o meu caso foi a partir da 3ª. Começamos por nos sentir cansadas, sem vontade de fazer as coisas do dia-a-dia, o cheiro da comida enjooa, algumas pessoas vomitam eu foi nas últimas duas.
    A boca fica com um sabor a metal que pode alterar o sabor da comida, convém ela descansar bastante neste intervalos para que esteja apta para a próxima. É normal o acumular de quimios os sintomas possam aumentar mas com amor e carinho de quem nos rodeia é muito importante!
    Acreditar que vai vencer o bicho também faz parte da terapia. Evitar alteração de temperaturas, não andar em hipermercados onde os ar condicionados muitas vezes não têm os filtros limpos e todos respiram o mesmo ar, isto aplica-se também para os centros comerciais ou seja evitar locais com aglomerados de pessoas.
    É agora que começa a luta!!!!
    Vamos a ela!!!
    Beijinhos

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  2. Rui,
    Que bom saber que finalmente a tua mãe começou com os tratamentos.
    Quanto à quimioterapia, é como a Querubim disse: cada caso é um caso.
    Eu fiz 7 sessões de quimio, 3 de um medicamento e 4 de um outro. No primeiro tratamento a única coisa diferente foi a queda do cabelo, sem ter tido vómitos, enjoos, dores no corpo. Já no segundo, sentia algumas vezes dores musculares, principalmente nas pernas, e fiquei um pouco inchada. Também o facto de ter feito no calor não ajudou muito. Mas consegui suportar bem isso tudo.
    O importante mesmo é a tua mãe descansar muito após o tratamento, cuidar bem da alimentação, e assim estar melhor para o próximo.

    Também te queria dizer que há casos que é normal sermos operadas só depois dos tratamentos. Foi o meu caso. Comecei a quimio em fevereiro de 2007 e só fui operada em novembro.

    Agora é ganhar forças, porque a luta começa aqui!

    Beijos grandes e que tudo corra bem.

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  3. Há pessoas que sentem logo no 1º dia, os efeitos do tratamento.No meu caso, era no dia seguinte. Também depende do protocolo, do estado do paciente etc.
    Que bom que o tratamento começou!!!
    Agora, muito descanso, não descuidar a alimentação e ingerir muitos líquidos. Beber cerca de 1,5l de água no próprio dia e seguintes, ajuda muito mas há quem não consiga.
    Muita força para ambos.

    Bjs

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  4. Força, Rui. Agora é preciso não esmorecer. Pode haver dias muito complicados, mas são necessários para o bemd a tua mãe. E o mau-estar passa; parece difícil de acreditar, mas passa!
    Beijinhos

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  5. Rui, é muito bom saber que a tua Mãe iniciou os tratamentos, ainda bem!! FORÇA que a batalha começou, vamos todos dar as mãos para ajudar a VENCER. O descanso, a alimentação cuidada, o AMOR e o CARINHO são estes alguns dos ingredientes para a VITÓRIA.
    Beijinhos e muita FORÇA.
    Natty

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  6. Muito bom ter começado os tratamentos e começado a subir os degraus rumo à Vitória.
    O 1º degrau já está!

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  7. Olá Rui,
    Bem...as meninas já te disseram tudo, muita força para todos, e que a ressaca da tua mãe seja levezinha!!

    É normal que ela também tenha a sensação que lhe está a passar um camião por cima, depois alivia...

    Haa e atenção à temperatura, de certo que vos disseram, mais de 38, contactar logo o médico!!

    Beijinhos

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  8. Olá Rui!
    Então, como está a tua mãe? Espero que a ressaca tenha sido muito suave.
    Bjitos

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  9. Passei só para te dar os parabéns, uma vez mais. Espero que a entrega do prémio de mérito, tenha corrido bem.
    Igualmente, espero, que a tua mãe tenha uma ressaca branda, branda, branda.
    Bom fim-de-semana. Bjs

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