Tal como estava previsto fomos para o porto no dia 21. Antes de tudo passamos pelo local do casting para conhecer-mos a zona para o dia seguinte. Como já havia casting nesse dia vimos dezenas de jovens, ao sol, à espera da sua vez. Fiquei logo a pensar no que iria passar no dia seguinte e até a questionar-me se valia a pena tanto sacrifício. Tentamos ir um pouco à praia, mas por azar levantou-se uma tempestade de vento de tal intensidade que mais parecia estarmos num deserto no meio de uma tempestade de areia. Cobertos por este material até aos ossos, corremos para um hotel para poder-mos tomar banho e prepararmo-nos para o dia seguinte. Sinceramente não dormi nada. Só adormeci por volta das duas horas da manhã e levantei-me às quatro e meia, pelo que o sono foi pouco.
Às 5:45h já estávamos na alfândega do porto. Fiquei admirado pelo facto de a fila ainda não ser muito grande, mas uma hora depois já tinha ultrapassado os mil candidatos à espera. Esperamos várias horas. Entramos para dentro da alfândega, fomos entretidos por um animador brasileiro, filmados e fotografados milhentas vezes à medida que a fila avançava. Quando chegou a minha vez fui “carimbado” no peito com o número 1928 e segui um pequeno grupo dentro do edifício. Mais meia hora de espera numa enorme sala de espera, chamados à pressa por um funcionário munido de megafone, separados entre números pares e impares, postos em alas diferentes… uma enorme confusão que só serviu para aumentar o nosso nervosismo. Sem perceber muito bem como, lá chegou a minha vez de entrar na sala de avaliação…
Particular, não gosto de criticar este tipo de situações porque surge sempre a sensação, para quem ouve/lê, de que estamos a “puxar o rabo à nossa sardinha” e arranjar desculpas para o nosso fracasso. Mas a minha opinião sobre o assunto não é isolada e vou apenas referir alguns aspectos que não se podem ignorar
Antes de mim entraram 300 pessoas. Destas, passaram 3. Os concorrentes que saiam referiam como motivos de reprovação os seguintes os argumentos: “Cantas bem, mas não podes ficar”, “Boa voz, boa imagem, mas não serves”, “Estás Nervosa não estás? Então fica para a próxima”, “Olha, cantas muito bem mas ainda temos muita gente para ouvir” etc, etc. É claro que nestas situações diz-se sempre mais um pouco do que a realidade e não se pode acreditar em tudo, mas a verdade é que corriam rumores de que grande parte dos concorrentes já tinham sido escolhidos antes e que hoje poucos seriam seleccionados. Quando entrei na sala, comecei a cantar e o senhor que me ouviu pareceu gostar. Pediu-me para cantar em português e assim fiz . No fim disse-me “Cantas muito bem e sabes usar a voz. Mas estás um pouco parado a cantar. Fica para a próxima”. Com um sorriso nos lábios, entreguei o número e sai, mas não pude deixar de ficar com a sensação de que fora “escorraçado” sem razão aparente. O desalento entre os concorrentes era geral e era triste ver vozes incríveis, daquelas que fazem estremecer a pele só de ouvir, sair das salas com lágrimas nos olhos. Não sei explicar ao certo, mas havia um ambiente estranho de desilusão. Eu próprio esperava algo diferente. Não fui ao casting à espera de mundos e fundos, mas esperava ser avaliado de outra forma e não por um membro da produção. Sim, porque podem esquecer os castings com os júris mauzões e comentários cortantes. Quem passa neste casting é chamado para estar presente de novo na segunda-feira para que então possam gravar em frente ao júri real, como se fosse ele a seleccioná-los de verdade. Isto acontece para os cantores e para os supostos “cromos” que foram seleccionados de entre as filas e salas de espera para que possam passar e fazer brilharetes nas audições falsas de segunda-feira e nas audiências da estação de Carnaxide. Fiquei desiludido com o programa, mas pelo menos gostei da experiencia de conhecer muita gente na fila que foi ali para lutar por um sonho.
Chega de testamentos. Não quero que fiquem a pensar que tenho mau perder porque não é essa a situação. Apenas fiquei surpreendido com o que vi, mas isso vem da minha ingenuidade, pensamentos de quem pensa que de facto há justiça e de que nestes programas se procura verdadeiras estrelas. Vou ver o programa e desejar muita boa sorte a todos aqueles que passaram nos castings, tenham eles mérito ou não.
Às 5:45h já estávamos na alfândega do porto. Fiquei admirado pelo facto de a fila ainda não ser muito grande, mas uma hora depois já tinha ultrapassado os mil candidatos à espera. Esperamos várias horas. Entramos para dentro da alfândega, fomos entretidos por um animador brasileiro, filmados e fotografados milhentas vezes à medida que a fila avançava. Quando chegou a minha vez fui “carimbado” no peito com o número 1928 e segui um pequeno grupo dentro do edifício. Mais meia hora de espera numa enorme sala de espera, chamados à pressa por um funcionário munido de megafone, separados entre números pares e impares, postos em alas diferentes… uma enorme confusão que só serviu para aumentar o nosso nervosismo. Sem perceber muito bem como, lá chegou a minha vez de entrar na sala de avaliação…
Particular, não gosto de criticar este tipo de situações porque surge sempre a sensação, para quem ouve/lê, de que estamos a “puxar o rabo à nossa sardinha” e arranjar desculpas para o nosso fracasso. Mas a minha opinião sobre o assunto não é isolada e vou apenas referir alguns aspectos que não se podem ignorar
Antes de mim entraram 300 pessoas. Destas, passaram 3. Os concorrentes que saiam referiam como motivos de reprovação os seguintes os argumentos: “Cantas bem, mas não podes ficar”, “Boa voz, boa imagem, mas não serves”, “Estás Nervosa não estás? Então fica para a próxima”, “Olha, cantas muito bem mas ainda temos muita gente para ouvir” etc, etc. É claro que nestas situações diz-se sempre mais um pouco do que a realidade e não se pode acreditar em tudo, mas a verdade é que corriam rumores de que grande parte dos concorrentes já tinham sido escolhidos antes e que hoje poucos seriam seleccionados. Quando entrei na sala, comecei a cantar e o senhor que me ouviu pareceu gostar. Pediu-me para cantar em português e assim fiz . No fim disse-me “Cantas muito bem e sabes usar a voz. Mas estás um pouco parado a cantar. Fica para a próxima”. Com um sorriso nos lábios, entreguei o número e sai, mas não pude deixar de ficar com a sensação de que fora “escorraçado” sem razão aparente. O desalento entre os concorrentes era geral e era triste ver vozes incríveis, daquelas que fazem estremecer a pele só de ouvir, sair das salas com lágrimas nos olhos. Não sei explicar ao certo, mas havia um ambiente estranho de desilusão. Eu próprio esperava algo diferente. Não fui ao casting à espera de mundos e fundos, mas esperava ser avaliado de outra forma e não por um membro da produção. Sim, porque podem esquecer os castings com os júris mauzões e comentários cortantes. Quem passa neste casting é chamado para estar presente de novo na segunda-feira para que então possam gravar em frente ao júri real, como se fosse ele a seleccioná-los de verdade. Isto acontece para os cantores e para os supostos “cromos” que foram seleccionados de entre as filas e salas de espera para que possam passar e fazer brilharetes nas audições falsas de segunda-feira e nas audiências da estação de Carnaxide. Fiquei desiludido com o programa, mas pelo menos gostei da experiencia de conhecer muita gente na fila que foi ali para lutar por um sonho.
Chega de testamentos. Não quero que fiquem a pensar que tenho mau perder porque não é essa a situação. Apenas fiquei surpreendido com o que vi, mas isso vem da minha ingenuidade, pensamentos de quem pensa que de facto há justiça e de que nestes programas se procura verdadeiras estrelas. Vou ver o programa e desejar muita boa sorte a todos aqueles que passaram nos castings, tenham eles mérito ou não.
A tua desislusão é a prova de que tens uma noção de dignidade que não cede à humilhação gratuita que contas. O teu valor há-de ser valorizado por quem tem também valor e não por pessoas que têm essas reacções que descreves. Beijinhos Rui, para ti e para a tua mãe.
ResponderEliminarPois é Rui, infelizmente, é assim mesmo. Pelo menos pelo que conheço, os castings são uma burocracia obrigatória mas, eles já sabem quem são os seleccionados. E se vierem por parte duma agência, aí nem se fala (fazem-lhes a papinha toda).
ResponderEliminarNo casting, há muitos anos atrás, para a novela A Lenda da Garça, eram milhares. Depois de quase todos terem prestado prova, entra uma actriz conhecida, tardíssimo, nem espera na sala, faz o casting e, foi "seleccionada" para o papel principal. Mas confesso que no caso de procura de novos talentos, julgava ser diferente.
De qualquer forma, o futuro a Deuz pertence, e nunca se sabe, se um dia, não terás a tua chance. Fiquei curiosa... o que cantaste? :0)
Bom Domingo e beijinhos para a mãe.
Deus.
ResponderEliminarBjukas
outras oportunidades vão surgir...
ResponderEliminarumas dão em algo, outras não...é assim mesmo...o mais importante é agarra-las quando surgem!...por isso parabéns!:)
Nós vivemos de esperança e sonhos por isso ainda pode voltar a acontecer. Tens aqui uma grande torcida ;) espero que a Mãe esteja melhorzinha e logo,logo resolva o assunto dela!
ResponderEliminarFiquem com os Anjos e beijinhos
Olá Rui, já ontem dei uma espreitadela por aqui, mas fiquei revoltada com o que li sobre o teu casting que nem comentei!! hoje já estou melhor... A minha opinião era que ninguém deveria participar, porque já ouvi vários comentários do género a "humilhação" é uma constante, naquelas pessoinhas tristes, que fazem parte dos casting's. Eles foram escolhidos a dedo para humilhar, para ser grosseiros com quem busca com toda a seriedade a concretização dos seus sonhos. Rui, vai em frente, com a tua humildade vais conseguir concretizar o teu sonho mais rápido que imaginas.
ResponderEliminarEspero que tudo esteja acorrer bem em relação á Mãezinha e que esteja para breve a resolução do seu problema.
Beijinhos e BOA SORTE.
Natty