sexta-feira, 30 de outubro de 2009

30 de Outubro de 2009

O tempo… ai o tempo. Não se será um mal inerente a toda a humanidade, mas o facto é que para mim, o tempo é tão fugaz que é irritante tentar organizar seja lá o que for que necessite de algum empenho prolongado. Sempre foi assim: exceptuando períodos de férias em que o tempo chega para tudo porque não há horários a cumprir, nas restantes alturas do ano ando quase sempre aflito com a falta de tempo em confronto com as mil e uma tarefas para cumprir.
Quem já passou pela universidade sabe que a partir de uma determinada data, as frequências, mais os trabalhos, mais os relatórios, mais os trabalhos de casa e mais uma ou duas actividades que sempre surgem pelo meio são tantos que é desesperante tentar resolver tudo de uma vez. Ao longo da semana é tudo demasiado rápido. As aulas duram de manhã à noite e quando se chega a casa está-se geralmente demasiado cansado para fazer seja o que for. Isto aliado às praches que teimam em não acabar (apesar de menos intensas) faz com que quase tudo seja empurrado para o fim-de-semana onde pensamos sempre ter mais tempo do que aquele que realmente temos.
O fim-de-semana são dois dias. Quando penso nestes dois pequenos momentos de prazer, associo ao regresso a casa, ao estar com a família, ao descansar… tudo ideia erradas. Os fins-de-semana são agora passados a estudar e a realizar trabalhos atrasados, e o tempo para estar com a família é pouco ou nenhum. Com tudo isto, penso ser fácil perceber o porquê de quase não ter tempo para escrever no meu blog. Há muitas coisas para contar, mas é-me quase impossível fazê-lo sem que com isso comprometa qualquer outra tarefa que tenha agendada.
Estar em Vila Real começa a ser suportável. Ainda não consigo chegar ao meu quarto e sentir-me em casa, mas com uma diminuição abrupta do ritmo das praches ( segundo os doutores, temporária) já consigo ir para a universidade sem suores frios e expectativa em relação às humilhações a sofrer. Os telefonemas para casa continuam a ser diários e tão cedo não mudarão, porque de facto esses momentos em que contacto com a família são os únicos em que me sinto verdadeiramente bem ao longo do dia.
A minha mãe continua igual. Teve mais uma sessão de quimioterapia e infelizmente, ao contrário do que aconteceu na primeira sessão, sofre bastante nos dois dias seguintes. De qualquer das formas continua a enfrentar a doença de forma directa e nunca pensa em desistir.
A minha avó regressou ontem a casa. Continua de cama porque a bacia, mesmo depois da operação, ainda não lhe permite andar. Tememos que esta condição se torne permanente, mas de qualquer das formas é bom tê-la de volta a casa. Já não a via há 3 semanas e será bom revê-la amanhã.
Este fim-de-semana são os Santos em Chaves! Adoraria passar por lá, dar uma volta pelas tendas, quem sabe andar em algum carrocel e até rever alguns amigos que por á deixei do ano passado… mas infelizmente, mais uma vez tenho o fim-de-semana tão sobrecarregado que será quase impossível sair de casa.
O natal está longe… só a 18 de Dezembro terei férias… entretanto lá vou matando o corpo á medida que o cansaço se apodera de mim. Nada que não se aguente. É caso para dizer: Bem vindo à universidade.

30 de Outubro de 2009

O tempo… ai o tempo. Não se será um mal inerente a toda a humanidade, mas o facto é que para mim, o tempo é tão fugaz que é irritante tentar organizar seja lá o que for que necessite de algum empenho prolongado. Sempre foi assim: exceptuando períodos de férias em que o tempo chega para tudo porque não há horários a cumprir, nas restantes alturas do ano ando quase sempre aflito com a falta de tempo em confronto com as mil e uma tarefas para cumprir.
Quem já passou pela universidade sabe que a partir de uma determinada data, as frequências, mais os trabalhos, mais os relatórios, mais os trabalhos de casa e mais uma ou duas actividades que sempre surgem pelo meio são tantos que é desesperante tentar resolver tudo de uma vez. Ao longo da semana é tudo demasiado rápido. As aulas duram de manhã à noite e quando se chega a casa está-se geralmente demasiado cansado para fazer seja o que for. Isto aliado às praches que teimam em não acabar (apesar de menos intensas) faz com que quase tudo seja empurrado para o fim-de-semana onde pensamos sempre ter mais tempo do que aquele que realmente temos.
O fim-de-semana são dois dias. Quando penso nestes dois pequenos momentos de prazer, associo ao regresso a casa, ao estar com a família, ao descansar… tudo ideia erradas. Os fins-de-semana são agora passados a estudar e a realizar trabalhos atrasados, e o tempo para estar com a família é pouco ou nenhum. Com tudo isto, penso ser fácil perceber o porquê de quase não ter tempo para escrever no meu blog. Há muitas coisas para contar, mas é-me quase impossível fazê-lo sem que com isso comprometa qualquer outra tarefa que tenha agendada.
Estar em Vila Real começa a ser suportável. Ainda não consigo chegar ao meu quarto e sentir-me em casa, mas com uma diminuição abrupta do ritmo das praches ( segundo os doutores, temporária) já consigo ir para a universidade sem suores frios e expectativa em relação às humilhações a sofrer. Os telefonemas para casa continuam a ser diários e tão cedo não mudarão, porque de facto esses momentos em que contacto com a família são os únicos em que me sinto verdadeiramente bem ao longo do dia.
A minha mãe continua igual. Teve mais uma sessão de quimioterapia e infelizmente, ao contrário do que aconteceu na primeira sessão, sofre bastante nos dois dias seguintes. De qualquer das formas continua a enfrentar a doença de forma directa e nunca pensa em desistir.
A minha avó regressou ontem a casa. Continua de cama porque a bacia, mesmo depois da operação, ainda não lhe permite andar. Tememos que esta condição se torne permanente, mas de qualquer das formas é bom tê-la de volta a casa. Já não a via há 3 semanas e será bom revê-la amanhã.
Este fim-de-semana são os Santos em Chaves! Adoraria passar por lá, dar uma volta pelas tendas, quem sabe andar em algum carrocel e até rever alguns amigos que por á deixei do ano passado… mas infelizmente, mais uma vez tenho o fim-de-semana tão sobrecarregado que será quase impossível sair de casa.
O natal está longe… só a 18 de Dezembro terei férias… entretanto lá vou matando o corpo á medida que o cansaço se apodera de mim. Nada que não se aguente. É caso para dizer: Bem vindo à universidade.

sábado, 17 de outubro de 2009

17 de Outubro de 2009

Peço desculpa pela falta de notícias mas o meu tempo tem sido pouco e a disposição também.
A minha avó voltou a cair e desta vez partiu a bacia. Está no hospital desde quarta-feira.
Não sei que contar mais. Está tudo na mesma, a minha mãe está bem, o resto da família também. Eu lá continuo com a porcaria das minhas praxes e com a minha disposição de moribundo.
Estou demasiado revoltado com a vida e com os azares que tem trazido à minha família. Quero descançar de tudo isto, meter-me num sítio onde possa ficar durante muito tempo sem ver, ouvir ou fazer nada, só para descançar a cabeça dos problemas e preocupações que me acompanham todos os dias.
Mais uma vez obrigado a todos aqueles que todas as semanas pessam pelo blog para dar algum apoio.
Passarei de novo quando estiver mais bem disposto para continuar com a descrição da minha enfadonha vida.

domingo, 4 de outubro de 2009

4 de Outubro de 2009

A distancia é algo muito duro e todos sentimos os seus efeitos mais cedo ou mais tarde. É como um muro intransponível que se cria entre nós e aqueles que mais gostamos e que sabemos que não podemos ultrapassar. Telefonemas, fotografias, tudo serve para tentar amenizar os seus efeitos, mas a verdade é que por mais que queiramos, há sempre um bichinho que remói o nosso interior e que só acalma no momento em que finalmente podemos voltar a casa, mesmo que a visita pareça sempre demasiado curta.

A segunda semana longe de casa, pensei eu, seria mais fácil de suportar que a primeira. Grande engano. As praxes continuam em cima de mim em grande peso. Os doutores continuam com fome de caloiros e os disparates, situações estúpidas e brincadeiras sem sentido são mais que muita. Nós, caloiros, estamos a atingir o nosso limite. Não podemos estudar, não temos tempo para tratar dos nossos assuntos pessoais… enfim, se isto são as praxes de que tanto se fala, então o meu espírito académico é muito baixo, porque não consigo sentir qualquer excitação ao participar nelas. O pior no meio disto tudo são as saudade de casa. E sinto muitas. Enquanto de dia ando empenhado em todo o frenesim de aulas e praxes, consigo esquecer um pouco esse sentimento, mas quando chego a casa à noite e entro no meu quarto, o facto de estar sozinho, longe de tudo o que conhecia, sem ninguém para me receber, para me dizer boa-noite, tudo isso me deixa triste e sem vontade de continuar. A minha mãe teve quimioterapia na terça-feira e à noite, quando falei com ela, estava muito abalada porque supostamente foi mal recebida e tratada por uma médica no IPO e foi a chorar que me disse que lhe faço falta nestes momentos. Para quem está com todo estes abalos emocionais, ouvir algo assim não é fácil. Simplesmente não tenho cabeça para suportar as praxes neste momento. Ouvir insultos, servir de carrasco a meia dúzia de indivíduos dementes e estar preocupado com o que se passa em casa ao mesmo tempo não é possível. Já pensei em desistir… já pensei em contar a minha situação a um doutor… não sei o que hei-de fazer. Esta semana foi a semana das barraquinhas, o que traduzido significa a primeira semana de bebedeiras da universidade. Todos os meus colegas de curso (ou grande parte deles) apanharam grandes bebedeiras e regozijam-se disso. Para mim é estranho e até incomodo porque não estou habituado a um ambiente deste tipo nem me ínsito de forma alguma nele. Bebi um mini apenas para não desagradar a quem ma ofereceu e tive de ajudar duas colegas embriagadas a chegar a casa. Saber que será este o ambiente em que me vou entregar nos próximos seis anos é algo constrangedor. É um facto, sinto-me deslocado, num sitio que mal conheço, com pessoas a quem ainda não posso chamar amigos, longe da minha antiga vida.

Passei o fim-de-semana a estudar porque não tenho tempo ao longo da semana. Hoje a minha irmã chegou ao meu quarto e começou a chorar a dizer que tem saudades minhas e que não quer que eu vá embora. Quer que eu fique em casa todos os dias como fazia entes. É demais. Como posso ter coragem para ir embora na terça-feira? Como posso ter força para sair do conforto do lar, deixar a minha mãe doente para trás, dizer adeus à minha irmã, meter-me num quarto que não é meu e enfrentar as bestas que são os doutores e as suas estúpidas praxes?

Perguntas que têm uma única resposta: sendo forte. Mas estou numa daquelas épocas em que toda a força se escapou de mim….